Agora, um tema mais voltado para as mulheres, a hipertensão relacionada ao uso de pílulas anticoncepcionais.
As pílulas anticoncepcionais foram introduzidas na década de 60. As primeiras foram produzidas com altas doses de estrogênios e progestogênios, como por exemplo o mestranol e o noretinodrel.
O uso de anticoncepcionais é uma causa endócrina muito comum da hipertensão, pois acredita-se que o componente estrogênico pode aumentar a síntese hepática do substrato renina, angiotensinogênio, aumentando o estímulo do sistema renina- angiotensina-aldosterona.
Este sistema consiste em um conjunto de peptídeos, enzimas e receptores que controlam o volume de líquido extracelular e da pressão arterial, ele é descrito como um eixo endócrino em que cada componente de uma cascata é produzido por diferentes órgãos, para manter a estabilidade hemodinâmica da seguinte maneira:
O peptídeo angiotensinogênio é produzido pelo fígado e requer glicocorticoide do córtex adrenal e estrógeno das gônadas. A enzima renina é liberada pelos rins, enquanto que a enzima de conversão de angiotensina I em angiotensina II (ECA) é encontrada no endotélio vascular de vários órgãos. A aldosterona é liberada pelo córtex supra-renal estimulado pela angiotensina II.
Assim, quando a cascata é ativada, aparecem a angiotensina I e a angiotensina II (peptídeos) que circulam pelo sangue ativando os vasos sanguíneos, rins, coração, supra-renais e sistema nervoso simpático. Este sistema pode reverter a tendência à hipotensão arterial através da vasoconstrição (contração dos vasos sanguíneos) arteriolar periférica. Concluindo, dessa forma, que o sistema renina-angiotensina-aldosterona é um sistema de compensação cardiovascular.
Felizmente, estudos mostram que os impactos dos contraceptivos orais sobre a pressão arterial é temporário, resolvendo após interrupção do uso.
Jéssica Ribeiro
Fontes:
http://www.medcenter.com/Medscape/content.aspx?id=16520
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2007000600009
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